A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem diretiva, objetiva, estruturada, construtivista em que o empirismo colaborativo na relação paciente-psicoterapeuta é fundamental para que se tenha êxito no tratamento psicoterápico. Com foco no presente, a eficácia de suas técnicas é cientificamente comprovada. A TCC combina o modelo cognitivo (teoria e técnicas) com algumas técnicas da terapia comportamental.
O modelo cognitivo, baseado no racionalismo crítico de Karl Popper, foi desenvolvido pelo psiquiatra e psicanalista Aaron Temkin Beck e seus colaboradores, nos anos 60, parte do princípio de que nossas emoções e comportamentos são influenciados pela nossa percepção dos acontecimentos. Em outras palavras, não depende de uma situação em si, mas de como interpretamos o que nos acontece em geral (seja ‘neutra’, positiva ou negativamente). Podendo resultar, portanto, em interpretações "distorcidas"/ "disfuncionais" em relação à situação real.
Compreende que identificando pensamentos disfuncionais se torna possível modificar reações emocionais e comportamentais através da reestruturação cognitiva para que o paciente consiga superar e/ou aprender a enfrentar adaptativamente problemas e dificuldades que surgirem em seu caminho tanto no presente quanto no futuro.
TERMOS UTILIZADOS NA TCC:
Crenças:
Elas existem porque desde que nascemos temos a necessidade de pertencimento, de reconhecer e dar sentido às coisas, às vivências e ao nosso ambiente para que nós nos organizemos como pessoas, como indivíduos, segundo nossas experiências, de modo coerente para funcionarmos de forma adaptativa, ou seja, nos adaptarmos às dificuldades, imprevistos, pessoas e acontecimentos desagradáveis, etc.
Crenças Centrais (ou nucleares):
São o nível mais fundamental de crença que temos, começam na infância e ficam enraizadas em nós. São nossas crenças que desenvolvemos sobre nós, sobre outras pessoas e o mundo ao longo do nosso crescimento, desenvolvimento, vivências. Elas são globais, rígidas e supergeneralizadas
Crenças Intermediárias (ou adjacentes):
São as regras, atitudes, suposições que criamos ou desenvolvemos a partir das crenças centrais. Elas influenciam sua visão de uma situação, consequentemente, como você pensa, sente e se comporta
Pensamentos Automáticos:
Eles acontecem em um nível mais superficial da nossa mente, se referem ao momento, são específicos a situações. Aparecem automaticamente, em frações de segundos, como um flash, assim como vem, vão. Aprender a identificar e avaliar esse tipo de pensamento é uma habilidade que alguns têm certa facilidade outros nem tanto, mas que pode ser aprendida através de prática dirigida (em terapia) e repetida (em atividades na terapia e em tarefas de casa).
Pensamentos Automáticos Disfuncionais:
A diferença dos disfuncionais é que eles aparecem como um flash e te incomodam, ecoam na sua cabeça, podem até provocar sensações de angústia, ansiedade, tristeza, enjoo, raiva, desânimo, impotência, etc. O mais importante a se saber é que ele é sobre você, sobre como você pensa sobre você, como você imagina que os outros pensam e sentem sobre você, sobre o que você pensa sobre o que te acontece e sobre o que acontece no mundo. É como se fosse um espiral de negatividade, misturado com medo, vergonha, etc. Variando, claro, de pessoa para pessoa.
Comportamento:
É o modo de agir e/ou reagir ao que nos aconteceu (passado), acontece (presente) ou ao que está para acontecer (futuro), é a nossa forma de agir em sociedade. É composto por gestos, olhares, atitudes, ações e reações, adaptativas ou não. Sim, nossa forma de olhar pode indicar comportamento de reprovação, incentivo, pena, compaixão, etc. Também nos comunicamos sem nos mexer, “dar um gelo em alguém”, ficar inerte perto de alguém que está tentando contato com você pode significar que se está evitando ou ignorando essa pessoa ou alguma situação que está prestes a acontecer, seja por medo / receio / raiva / rancor / ressentimento / desconfiança / insegurança / etc. Nessa abordagem da psicologia o comportamento é altamente (re)modelável se assim quisermos. Se você quer modificar algum comportamento seu que te desequilibra, traz consequências desagradáveis só para você, para você com outras pessoas, em um ou diferentes ambientes (casa, trabalho, academia, shopping, restaurante, seu ambiente familiar, com a família dos outros, com seus amigos, com amigos dos outros, etc.) é possível modificá-lo na psicoterapia.
Comportamento Adaptativo:
Quando agimos de forma racional e eficaz perante questões simples do dia a dia ou de dificuldades, problemas, situações complexas e/ou de risco.
Comportamento Desadaptativo:
Quando agimos "sem pensar", impulsivamente, sem dar no resultado esperado, em outras palavras, é um comportamento que não nos ajuda. Na caminhada (cheia de adversidades) da vida é preciso saber se adaptar
Tarefa de casa:
Na TCC ela é fundamental para ajudar o paciente a compreender melhor o processo cognitivo, a identificar seus pensamentos e emoções, se são funcionais ou disfuncionais, como e porque eles acontecem para ser possível de trabalhá-los e reajustá-los (se for o caso). A tarefa também serve para reforçar seus acertos e identificar seus erros cognitivos e, assim, corrigi-los
Distorções cognitivas:
São erros lógicos, ou seja, que não fazem sentido ou não têm explicação racional, que acontecem em pensamentos automáticos (disfuncionais, no caso).